Dados do INCA informam que doença é a terceira mais comum em homens e quarta em mulheres no Brasil. Tabagismo e exposição passiva ao tabaco são fatores de risco
A Organização Mundial da Saúde (OMS) constituiu o dia 31 de março como o Dia Mundial sem Tabaco, no intuito de alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Segundo dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) 2021, o percentual total de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 9,1%.
“O vício parte do consumo da nicotina, substância química presente no tabaco e que possuí propriedades psicoativas, causando alteração no sistema nervoso e sendo responsável pela dependência de inúmeros usuários”, explica o Dr. Federico Garcia Cipriano, cirurgião torácico do Grupo São Lucas.
Entre os diversos riscos causados pelo tabagismo, seja ele direto ou passivo, está o risco de câncer de pulmão. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) de 2020 mostram o tipo da doença como terceiro mais comum em homens e quarto em mulheres no país. Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco.
Só no Hospital São Lucas, anualmente são realizadas aproximadamente 60 cirurgias torácicas oncológicas por ano, incluindo procedimentos para estadiamento e ressecções pulmonares e a grande maioria com plataformas minimamente invasivas como a cirurgia torácica robótica.
Dr. Federico explica que entre os principais sintomas desse tipo de câncer tão tosse com expectoração mucosa ou sangue, dor no peito, falta de ar, rouquidão e perda de apetite, porém em uma boa parcela dos doentes o quadro clínico inicial é muito leve ou são assintomáticos, é uma doença silenciosa em fases iniciais. Quando diagnosticada precocemente, a doença pode ter 97% de possibilidade de cura se operada.
O médico alerta que tão importante quanto o diagnóstico precoce, é a conscientização e incentivo à interrupção do uso do tabaco. “Para quem tem dificuldade na parada imediata, o recomendado é a parada gradual, adiando o horário do primeiro cigarro do dia até passar 24h sem consumo.
Se, mesmo assim, não estiver tendo êxito, existem vários programas e tratamentos com especialistas que podem ajudar nesse processo”, conclui Federico.